Tempo de Páscoa
Ana Paula Marques
O período da Páscoa simboliza para os cristãos, como eu também me sinto, um tempo de reflexão, de paragem e até mesmo de introspeção sobre aquele que é, o real significado ou a pertinência da nossa vida!
Quem conhece a história da vida de Cristo conhece também todo o processo de violência que está associado a ela, mas entenderá que o final é apenas o único que poderia ser, o da paz e o da vitória do bem sobre o mal.
Mas pelo meio, muito sofrimento ocorreu, como em muitas das nossa vidas, naturalmente, mas acredito que nenhum sofrimento terá sido tão atroz como o de Cristo neste episódio que nestes dias se assinala.
Crente em Jesus e temente a Deus como sou padeço com este sofrimento, mas percebo também que se tivesse sucedido hoje ao invés de no passado, iria ocorrer exatamente tudo como sucedeu, se não ainda um pouco pior. Com o tempo o ser humano tem apurado o seu instituto de malvadez e truques maliciosos, sabendo ferir o outro no seu mais profundo íntimo.
Por muito que procure entender o porquê de os homens, o poder, a religião e a restante sociedade à época terem sido assim tão cruéis para com Jesus, nunca o conseguirei perceber verdadeiramente, porque é demasiado cruel para ser sentido por Alguém que ainda que sendo o Filho de Deus, e podendo ter-se dispensado de tais torturas, ofereceu o Seu sofrimento por nós.
A cada Páscoa o meu pensamento foca-se muito particularmente neste sofrimento de Jesus, que Ele me inspire a cada hora menos boa da vida, a perceber que nada sofro em face dos maldades que lhe foram flageladas e doí-me só de imaginar a dureza daqueles pregos a fixá-lo a uma cruz que não tinha que ser Dele, mas que o foi para podermos ter ali o testemunho do Amor de Deus a todos e a cada um de nós, até mesmo, e eu diria particularmente, àqueles que Nele não acreditam. Os que blasfemam, reclamam, insultam e ofendem a Deus, mas na hora da verdade, aquela a que todos um dia chegaremos, se não antes, perceberão que sempre estiveram iludidos.
Por isso fomos todos criados com o livre arbítrio de poder escolher, se é certo ou errado, se acreditamos ou não, não importa agora julgar porque afinal ninguém tem esse direito.
Eu acredito, mas respeito naturalmente os que não acreditam, porque como eu costumo dizer, cada um sabe de si e Deus sabe de todos.
Aos que acreditam, que este período de reflexão nos ajude a ser melhores pessoas, mais justas e mais defensoras do bem no mundo inteiro. Sobretudo a nunca deixar de acreditar no Amor.
Aos que não acreditam, naturalmente a assunção ao direito de simplesmente terem a livre escolha de não o fazer, não acreditar em Deus, mas ainda assim sejam pessoas integras, atentas a quem mais precisa de ajuda, observadoras dos valores que movem uma sociedade justa e humana, serão com certeza uma parte também valiosa da nossa sociedade.
Um Feliz e Santa Páscoa a todos!