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Pensamentos.ao.vento

Assumo sem qualquer tipo de pudor o gosto imenso que tenho pela escrita, e pelo ato de escrever palavra após palavra... na construção de momentos de reflexão e procurando embelezar os nossos dias!

Pensamentos.ao.vento

Assumo sem qualquer tipo de pudor o gosto imenso que tenho pela escrita, e pelo ato de escrever palavra após palavra... na construção de momentos de reflexão e procurando embelezar os nossos dias!

02
Jan22

Sobre o tema da Fé...


Ana Paula Marques

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Sempre que se fala de fé está garantida a discussão.

É um tema sobre o qual habitualmente não gosto de conversar, nem entre amigos nem socialmente, justamente porque considero que a fé é um assunto de foro íntimo e por isso não se contesta. Pelo que, não se esgrimem argumentos sobre algo que não se explica, não se comprova, apenas se sente.

À semelhança do amor, a fé é um desígnio não científico tem a ver com o que somos e com o entendimento que possuímos da vida e da existência humana. Falamos de sentimentos, emoções e formas de viver e sentir a vida, que não se explicam, experimentam-se (ou não).

Bem sabemos que nem tudo na vida pode ser explicado de forma matemática, científica ou mesmo racional. O que importa aqui é que se reitere o respeito que é necessário existir entre as pessoas, afinal somos todos seres capacitados de competências físicas e psíquicas, e não é razoável estar a fazer sequer juízos de valor.

Respeito, é sem dúvida a palavra de ordem, neste e em qualquer tema, o respeito pelo outro deve ser a primeira condicionante nos relacionamentos humanos.

Porque a Fé pode ser de variadas índoles, há a principal, ou aquela em que todos pensam quando se fala de Fé, que é fé religiosa e à conta da qual ainda se fazem e produziram na história da humanidade, as maiores atrocidades a pessoas inocentes, que não tem qualquer culpa da maldade alheia, e que acabam por ser as maiores vítimas de energúmenos que usam a Fé como recurso para justificar a sua malvadez e crueldade.

Se pensarmos no significado da palavra a Fé percebemos que tem associada a si a segurança, crença, confiança, afinal falamos de um sentimento de absoluto credo em algo ou alguém, sem ser necessário nenhum tipo de evidência que testemunhe a sua veracidade.

Diz-nos a Wikipédia que a (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão.

Em suma, ter fé é acreditar absolutamente em algo ou alguém, sem ter na sua posse nenhuma prova de que seja verdadeiro ou real o objeto da sua crença. Resulta do termo que vem do grego pi.stis, traduzido por confiança ou firme convencimento.

As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas ou tocadas. Elas devem ser sentidas com o coração. (Helen Keller)

Ter Fé em meu entendimento é justamente Acreditar, e ver o universo em volta com os olhos do coração, aqueles que não percebem a maldade em volta e apenas acreditam que todos são puros de coração.

Poderemos acreditar, e ter Fé de que afinal podemos fazer e ser diferentes? Será que temos que provar isto cientificamente? Ou será que não existe porque não é matematicamente explicável, esta coisa de se ter Fé na humanidade, e no seu bom rumo?

26
Abr19

“O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito.” (Peter Drucker)


Ana Paula Marques

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A palavra comunicar vem do latim communicare, ou seja, “usar em comum, partilhar”, assim quem comunica partilha informação, seja ela de interesse ou não. A comunicação está inevitavelmente associada ao propósito de formar uma ideia sobre algo ou mesmo alguém. Se nos detivermos um pouco mais sobre este conceito de comunicação, entendemos que o seu significado existe desde que o homem vive no planeta terra.

No universo tudo funciona de modo sistemático, o nosso corpo é um perfeito processo de comunicação, basta para tanto pensarmos na ligação que existe em todo o nosso organismo: os diferentes órgãos apenas conseguem funcionar na sua plenitude, se interligados e em plena articulação uns com os outros, por outras palavras: a comunicação é o alicerce fundamental da nossa existência, na verdadeira acessão do termo.

Apesar de por vezes nos apetecer ser, não somos ilhas, somos humanos e não nos é possível subsistir sozinhos, enquanto humanos somos um ser social, e por isso a comunicação é um aspeto inerente à humanidade, à semelhança de outros aspetos que são indissociáveis da nossa condição de humanos.

A necessidade de expressar o que se sente, o que se vê e o que se pensa é uma corrente da comunicação que se assume, apesar de ser por via de diferentes formas, basta para tanto pensarmos nos homens das cavernas, os nossos pré-históricos antecessores já eles próprios tinham as suas formas peculiares de comunicar e de se fazerem entender uns aos outros.

Pena é que não consigamos enquanto seres inteligentes que somos, utilizar a comunicação para na realidade comunicar com os nossos pares e fazer deste planeta um mundo melhor, onde apesar de fazermos prevalecer as nossas opiniões e vontades, fossemos também capazes de verdadeiramente ouvir os outros e o que pensam, para que numa postura de articulação de vontades e de opiniões, apenas por um momento fossemos capazes de pensar no HOMEM e não apenas em nós próprios e no nosso umbigo.

Afinal, a comunicação é mais uma ferramenta que temos e que nos auxilia no nosso desenvolvimento pessoal, bem como no modo como nos relacionamos com o outro, mas que utilidade lhe damos? Conhecemos o conceito e o seu significado, mas percebemos a relevância e importância que a autêntica comunicação poderia ter na vida de todos nós?

Porque comunicar não é apenas passar a mensagem, é também saber escutar e perceber o que o outro tem para nos dizer, conhecemos todos tão bem o circuito da comunicação, mas esquecemos tão rapidamente a importância da reciprocidade do processo, ficando repetidamente a falar sozinhos porque não temos quem nos escute, ou tão simplesmente porque não temos nada de interessante para dizer.

A riqueza da comunicação reside na mais-valia que representa para nós, e para o nosso futuro neste planeta terra, onde por vezes já não percebo muito bem se realmente vivemos ou se andamos muito simplesmente por aqui a cirandar numa feira de vaidades em que mais importante do que comunicar, é fazer bonita figura e falar de modo erudito, não importa se é verdade ou se acrescenta mais valor, mas ajuda a criar um status.

Estamos a inverter o que se entende por comunicação, porque não falamos uns com ou outros, falamos muitos em simultâneo, esquecendo-nos que comunicação não é o mesmo que monólogo.

 

22
Abr19

A felicidade humana caminha para um mundo virtual ...


Ana Paula Marques

... no entanto o universo virtual nunca saberá o que é calor humano.

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Inevitavelmente somos obrigados a aceitar e a participar neste mundo de redes sociais que nos enlaça num manto acetinado de aparente conforto, que pouco a pouco nos aprisiona sem que percebamos muito bem como. Este pseudo mundo onde um post e os seus likes, tem mais importância do que uma conversa frente a frente, é assustador porque reflete a realidade com a qual somos obrigados a conviver, nós, os nossos amigos e familiares.

 

Apesar disso, as melhores ideias e os momentos mais importantes nas nossas vidas ainda são aqueles que se vivem numa conversa cara a cara, num encontro de olhares que se entendem ou se gladiam numa animada troca de ideias e opiniões, mas sobretudo onde existe muito sentimento e humanidade. Afinal, apenas o reflexo da fragilidade de que somos feitos, enquanto seres humanos, nem mais nem menos.

 

A pergunta que se coloca é: Que conversas mudaram este mundo em vivemos? Tão envolvidos estamos nas nossas rotinas que nos deixamos embrenhar pelos formadores de opinião, que com os seus argumentos nos embrenham nesta envolvência do chamado “faz de conta”, que de repente se transforma em realidade, pura e dura.

 

E assim, inevitavelmente estes opion makers influenciam a grande maioria do comum dos mortais, que na ausência de vontade própria em agir fora do que é convencional, e na busca da manutenção dos costumes e hábitos de convívio interpessoal, acabam por se deixar conduzir na onda tecnológica ou digital que nos avassalou nestes últimos anos, e nos fez esquecer o quão importante é o contacto e o calor humano, na nossa vivência diária.

 

Aquela fraqueza humana de querer sempre ir mais longe, fazer mais e se possível fazer melhor do que o outro. Enfim, a nossa debilidade humana, na sua melhor faceta competitiva tirou as nossas crianças das brincadeiras de rua que zelosamente se guardariam nas saudosas memórias de infância.

 

Agora restam às nossas crianças as brincadeiras com os smartphones e tablets topo de gama, últimos modelos a sair numa regularidade assustadora, que nos leva a pensar quando e como é que toda esta loucura terminará, e pior onde nos levará a nós e aos nossos filhos.

 

Se é bem verdade que este universo dos smartphones e da comunicação digital é muito necessário para o nosso desenvolvimento, também é bem verdade que perdemos a envolvência do convívio humano e deixamo-nos arrastar por quem domina o mundo e ainda que indiretamente condiciona as nossas vidas e até mesmo a nossa forma de pensar, de ver o mundo e até mesmo de viver as nossas vidas.

21
Jan19

Mais Humanidade... Menos Tecnologia!


Ana Paula Marques

http://reportersombra.com/mais-humanidade-e-menos-tecnologia/AM_ofuturo_destaque.jpg

Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade” (Albert Einstein)

Enquanto seres humanos, vivemos sempre com os olhos e com o espírito virados para o futuro, para a frente, para tudo o que é novo e que está ainda por acontecer.

Diria mesmo que somos tão expectantes e ansiosos em relação ao futuro que por vezes, nem vivemos realmente o presente, ou sequer o apreciamos.

Somos levados pela corrente que violentamente nos empurra para o que é novo e ainda não conhecemos.

Vivemos uma vida quase sem tempo para o presente, no fundo sem oportunidade para desfrutar e valorizar pequenas conquistas ou vitórias, de tal modo, que rapidamente esquecemos o quão difícil foi por vezes alcança-las.

Cada vez menos nos apercebemos da importância de valorizar o que se tem, e que por vezes tão difícil foi de alcançar.

Sempre à espera de descobrir o que de novo acontece no mundo, e quais as últimas novidades que são oferecidas quase ao momento, em tempo real.

É um facto incontornável que as novas tecnologias vieram aumentar e muito a nossa qualidade de vida, mas também contribuem ainda mais para a nossa ansiedade em face de tudo o que é novo, afastando-nos cada vez mais do que é naturalmente humano.

Hoje em dia vivemos para encontrar a próxima novidade, queremos sempre ser os primeiros a ter e/ou a conhecer essa inovação, na certeza de que o que hoje é novo, amanhã pouco ou nada interessa.

Tal e qual um documento que após ultrapassada a sua validade em termos administrativos, leva o despacho: ”Perdeu oportunidade – Arquive-se”.

É assim também connosco nos dias de hoje, neste universo que vive escravo das novas descobertas e inovações que a ciência nos oferece quase ao segundo.

Tudo é efémero e de muito curta duração. Queremos sempre mais, melhor e de preferência mais agradável, sempre mais…

Ouvi algures alguém afirmar que saber viver o momento presente, é conseguir colocar a mente onde o nosso corpo se encontra. Completamente de acordo.

Vivemos de expetativas que colocamos muitas vezes a nós próprios, e no fundo estamos continuamente atrás de uma imensa insatisfação que nunca resolvemos, sendo mesmo interminável, porque após termos algo pelo qual muito lutamos para conseguir, perdemos o interesse, porque neste momento o meu desejo já parte noutra direção.

O ritmo de vida que temos não nos permite viver realmente o presente, entre o sofrimento ou a felicidade deste momento e o sufoco do que poderá estar para vir... Passamos o nosso tempo sempre na expetativa de qualquer facto que está para ocorrer.

É tão simples ser feliz, mas o mundo condiciona-nos e transforma algo simples e fácil, em qualquer coisa quase impossível de alcançar.

Esta assumida necessidade de estar a par de todas as novidades, condiciona-nos e é quase como se nos tivessem mudado o chip, de repente não “é bem" ser-se simples. O que se valoriza e significa “estar in” para a sociedade, é justamente estar “up date” com tudo o que é novidade.

E quer queiramos quer não, há uma necessidade quase impercetível que temos em seguir tudo o que é novo, admito que existam alguns resistentes, mas a esmagadora maioria sofre deste mal, esta necessidade que condiciona enormemente as nossas vidas.

De que modo nos condiciona? Em variadíssimos níveis e situações. Deixamos por vezes de ser verdadeiramente nós próprios, porque sabemos bem que não integrar o grupo dos “seguidores" de tudo o que é novo é o mesmo que estar quase out da sociedade, diria mesmo ser praticamente info excluído.

Quase os consigo ouvir: “Temos que estar sempre em linha com a novidade, caso contrário não acompanhamos o resto do mundo e a sua evolução".

Mas qual mundo pergunto eu? Aquele que esqueceu a importância de uma conversa cara a cara, aquele que já não conhece o aconchego de um abraço, ou de um “colinho” doce e quente que nos alivia o coração e aquece a alma, de tal modo, que nos permite ver a vida e os outros de forma completamente diferente.

A atração pela novidade e por tudo o que se produz na área das novas tecnologias, afasta-nos cada vez mais uns dos outros, condicionam as nossas escolhas e limitam imenso as nossas ações.

Eu diria mais, já quase não nos conhecemos enquanto seres humanos, pessoas que tem sentimentos, que choram ou que se sentem felizes ou tristes pelo que lhes acontece na vida, no fundo, as novas tecnologias provocam-nos amnésia sobre o que é se humano…

Aliás, atrevo-me mesmo a dizer que todas estas inovações afastam de nós as emoções e sentimentos que nos distinguem dos restantes seres vivos, queremos tanto avançar tecnologicamente e aprender novas coisas e a viver sempre “em cima da onda”… conhecendo novos aparelhos e sistemas eletrónicos que supostamente são criados para nos facilitar a vida, não será que facilitam mesmo?

Não creio, o que sei é que percebo que cada vez mais nos desligamos daqueles que como nós são de carne e osso e não possuem um botão que os desliga e/ou liga consoante a vontade do seu utilizador.

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