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Pensamentos.ao.vento

Assumo sem qualquer tipo de pudor o gosto imenso que tenho pela escrita, e pelo ato de escrever palavra após palavra... na construção de momentos de reflexão e procurando embelezar os nossos dias!

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24
Mar21

A eutanásia... a vida e a morte!


Ana Paula Marques

Foto artigo 4 - 2021.jfif

 

Afinal que direitos temos sobre a morte? Será que os temos? Ou seremos meras marionetes que se têm em grande consideração, mas no fundo e em verdade nada decidem?

Um dos temas que continua na ordem do dia é a questão da eutanásia, e do direito que temos ou não, à escolha entre a vida e a morte, entre continuar a viver ou simplesmente morrer a pedido.

Para as pessoas de fé esta não é uma questão de fácil entendimento, afinal ninguém nos perguntou se quisemos nascer, nem em que circunstâncias ou em que família iriamos nascer.

Então se não formos questionados sobre o início, por que razão teremos o direito de opção sobre o final?

Uma perspetiva mais científica da questão pode elucidar-nos sobre a questão da bioética, e na ótica de Segre e Cohen (1995) este ramo da ciência que estuda o tema da morte e da vida, sugere algumas discussões sobre a temática, nomeadamente ao prolongamento da vida.

No entanto, quer para crentes ou para não crentes, existe uma verdade que é incontornável, e como costumo por vezes dizer, temos uma única garantia nesta vida, todos nascemos para morrer, e consequentemente um dia iremos desaparecer deste mundo que conhecemos.

Deveremos todos, enquanto seres humanos, dotados de inteligência, ter a perfeita consciência da nossa precariedade e morte, independemente da condição física ou emocional que tenhamos, não existem aqui diferenças sociais ou económicas, o tema da morte é aquele que toca a todos, mas mesmo a todos, sem exceção. É difícil aceitar-se esta questão da finitude.

E sendo nós, como dizia um solgan publicitário “todos diferentes, mas todos iguais” existirão com toda a certeza pessoas que possam querer antecipar a morte, antevendo nessa morte uma etapa de autonomia e emancipação, enquanto ser humano, de uma situação terrível em que se possam encontrar.

Não é fácil para quem está de fora perceber o que cada um passa ou sente, quando se encontra numa situação limite de sofrimento, ou de completa ausência da realidade em que se insere.

Julgar e tomar partidos, ou ter opiniões sobre tudo e mais alguma coisa é sempre tão mais fácil, no entanto perceber o lado dentro da situação de quem pretende ter uma morte dita “facilitada”, ou como se lê na Wikipédia “ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa", isso sim, é uma missão quase impossível.

Cada um saberá avaliar por si com certeza se confrontado perante a situação, falar do que não se sente é sempre mais fácil.

Se a situação nos cair nos braços, perceberemos verdadeiramente o que sentimos e o que desejamos que nos aconteça, nessa altura e perante a realidade nua e crua, saberemos de verdade o que desejamos.

Especular sobre aquilo que não se conhece na realidade efetiva da vida, é sempra tão mais fácil.

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