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Pensamentos.ao.vento

Assumo sem qualquer tipo de pudor o gosto imenso que tenho pela escrita, e pelo ato de escrever palavra após palavra... na construção de momentos de reflexão e procurando embelezar os nossos dias!

Pensamentos.ao.vento

Assumo sem qualquer tipo de pudor o gosto imenso que tenho pela escrita, e pelo ato de escrever palavra após palavra... na construção de momentos de reflexão e procurando embelezar os nossos dias!

12
Abr21

Pensamentos soltos, com sentido ou consentidos?


Ana Paula Marques

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Perdida num tempo que não tem horas, oscilo entre o antes e o depois, numa maré que me ondula por caminhos que não conheço, mas que também não me são estranhos.

Deixo que o tempo me guie por um trilho que pode ser tudo ou nada, pode ser vida ou a falta dela, há momentos em que é importante simplesmente deixar-nos ir, sem grandes questões ou duvidas, ir apenas por ir, sem razão e sem porquê.

A vida é demasiado dura, e séria para ser vivida sempre da mesma forma. Sufoco nas horas do dia que me submergem para o fundo de uma agonia que não tem explicação.

Sofro, porque sim e porque não, apenas por duas razões, mas são o suficiente para me desalentar e fazer perder o sorriso.

Cansada deste ritmo que apenas nos empurra para a frente, em que nos esquecemos de viver, e vamos simplesmente passando por entre os dias.

Cedo ou tarde vamos aprender que tudo passa, tudo menos o que é importante, porque o que é importante prevalece, na realidade ou na nossa memória.

O regresso aos dias da infância é por vezes o bálsamo tão necessário à continuidade de uma vida “saudável”, emocionalmente falando, escasseia o tempo, aquele do relógio que nos condiciona e oprime nas ações, porque nunca há tempo, porque não é possível, enfim, a culpa não é nossa é do tempo que escasseia.

Ou será que a culpa é efetivamente nossa? Há momentos em que paro um pouco a pensar naqueles que mudaram toda a sua vida para ser felizes, será que é preciso mudar tudo para ser feliz? Porque não podemos nós ser felizes com o que somos e temos? Que espécie é esta nossa raça humana, que nunca está contente com nada, e pouca coisa nos satisfaz?

O deambular dos pensamentos permite por vezes arrumar as ideias, e articular melhor o que fazer daqui a pouco, mas é precisa a disciplina, para que o façamos de uma forma realmente sã, que não nos deixe envolver pelos nossos múltiplos afazeres e consequentemente deles fazer uma desculpa para tudo e para nada.

Somos quem tem responsabilidade da nossa vida e com o que dela fazemos, é um dos melhores presentes que a idade nos confere, a serenidade de perceber quando devemos ou queremos ir ou fazer o que quer que seja. Perdidas no tempo, as inseguranças do que pode ser bem visto ou bem entendido, li algures que depois dos 40 as mulheres (pelo menos a maioria delas) começam a ter a maturidade de aceitar ou fazer apenas o que lhes dá mais gozo.

E é essa a aprendizagem que eu tenho que fazer, aprender a dividir espaços e áreas, emocionais, profissionais e até socias, no entanto, sem nunca esquecer o meu tempo e o meu espaço, para me ouvir, para estar apenas sozinha, no fundo para poder disfrutar da minha companhia. Se não estivermos bem connosco próprios nunca estaremos bem com os outros.

E acredito que esse é um dos grandes motivos da sociedade inquieta, egoísta e revoltada que temos, a falta de tempo e espaço, para que cada um se escute e se compreenda antes de mais, a si próprio apenas, depois disso estará preparado para a vida em sociedade.

02
Abr21

Tempo de Páscoa


Ana Paula Marques

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O período da Páscoa simboliza para os cristãos, como eu também me sinto, um tempo de reflexão, de paragem e até mesmo de introspeção sobre aquele que é, o real significado ou a pertinência da nossa vida!

Quem conhece a história da vida de Cristo conhece também todo o processo de violência que está associado a ela, mas entenderá que o final é apenas o único que poderia ser, o da paz e o da vitória do bem sobre o mal.

Mas pelo meio, muito sofrimento ocorreu, como em muitas das nossa vidas, naturalmente, mas acredito que nenhum sofrimento terá sido tão atroz como o de Cristo neste episódio que nestes dias se assinala.

Crente em Jesus e temente a Deus como sou padeço com este sofrimento, mas percebo também que se tivesse sucedido hoje ao invés de no passado, iria ocorrer exatamente tudo como sucedeu, se não ainda um pouco pior. Com o tempo o ser humano tem apurado o seu instituto de malvadez e truques maliciosos, sabendo ferir o outro no seu mais profundo íntimo.

Por muito que procure entender o porquê de os homens, o poder, a religião e a restante sociedade à época terem sido assim tão cruéis para com Jesus, nunca o conseguirei perceber verdadeiramente, porque é demasiado cruel para ser sentido por Alguém que ainda que sendo o Filho de Deus,  e podendo ter-se dispensado de tais torturas, ofereceu o Seu sofrimento por nós.

A cada Páscoa o meu pensamento foca-se muito particularmente neste sofrimento de Jesus, que Ele me inspire a cada hora menos boa da vida, a perceber que nada sofro em face dos maldades que lhe foram flageladas e doí-me só de imaginar a dureza daqueles pregos a fixá-lo a uma cruz que não tinha que ser Dele, mas que o foi para podermos ter ali o testemunho do Amor de Deus a todos e a cada um de nós, até mesmo, e eu diria particularmente, àqueles que Nele não acreditam.  Os que blasfemam, reclamam, insultam e ofendem a Deus, mas na hora da verdade, aquela a que todos um dia chegaremos, se não antes, perceberão que sempre estiveram iludidos.

Por isso fomos todos criados com o livre arbítrio de poder escolher, se é certo ou errado, se acreditamos ou não, não importa agora julgar porque afinal ninguém tem esse direito.

Eu acredito, mas respeito naturalmente os que não acreditam, porque como eu costumo dizer, cada um sabe de si e Deus sabe de todos.

Aos que acreditam, que este período de reflexão nos ajude a ser melhores pessoas, mais justas e mais defensoras do bem no mundo inteiro. Sobretudo a nunca deixar de acreditar no Amor.

Aos que não acreditam, naturalmente a assunção ao direito de simplesmente terem a livre escolha de não o fazer, não acreditar em Deus, mas ainda assim sejam pessoas integras, atentas a quem mais precisa de ajuda, observadoras dos valores que movem uma sociedade justa e humana, serão com certeza uma parte também valiosa da nossa sociedade.

Um Feliz e Santa Páscoa a todos!

24
Mar21

A eutanásia... a vida e a morte!


Ana Paula Marques

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Afinal que direitos temos sobre a morte? Será que os temos? Ou seremos meras marionetes que se têm em grande consideração, mas no fundo e em verdade nada decidem?

Um dos temas que continua na ordem do dia é a questão da eutanásia, e do direito que temos ou não, à escolha entre a vida e a morte, entre continuar a viver ou simplesmente morrer a pedido.

Para as pessoas de fé esta não é uma questão de fácil entendimento, afinal ninguém nos perguntou se quisemos nascer, nem em que circunstâncias ou em que família iriamos nascer.

Então se não formos questionados sobre o início, por que razão teremos o direito de opção sobre o final?

Uma perspetiva mais científica da questão pode elucidar-nos sobre a questão da bioética, e na ótica de Segre e Cohen (1995) este ramo da ciência que estuda o tema da morte e da vida, sugere algumas discussões sobre a temática, nomeadamente ao prolongamento da vida.

No entanto, quer para crentes ou para não crentes, existe uma verdade que é incontornável, e como costumo por vezes dizer, temos uma única garantia nesta vida, todos nascemos para morrer, e consequentemente um dia iremos desaparecer deste mundo que conhecemos.

Deveremos todos, enquanto seres humanos, dotados de inteligência, ter a perfeita consciência da nossa precariedade e morte, independemente da condição física ou emocional que tenhamos, não existem aqui diferenças sociais ou económicas, o tema da morte é aquele que toca a todos, mas mesmo a todos, sem exceção. É difícil aceitar-se esta questão da finitude.

E sendo nós, como dizia um solgan publicitário “todos diferentes, mas todos iguais” existirão com toda a certeza pessoas que possam querer antecipar a morte, antevendo nessa morte uma etapa de autonomia e emancipação, enquanto ser humano, de uma situação terrível em que se possam encontrar.

Não é fácil para quem está de fora perceber o que cada um passa ou sente, quando se encontra numa situação limite de sofrimento, ou de completa ausência da realidade em que se insere.

Julgar e tomar partidos, ou ter opiniões sobre tudo e mais alguma coisa é sempre tão mais fácil, no entanto perceber o lado dentro da situação de quem pretende ter uma morte dita “facilitada”, ou como se lê na Wikipédia “ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa", isso sim, é uma missão quase impossível.

Cada um saberá avaliar por si com certeza se confrontado perante a situação, falar do que não se sente é sempre mais fácil.

Se a situação nos cair nos braços, perceberemos verdadeiramente o que sentimos e o que desejamos que nos aconteça, nessa altura e perante a realidade nua e crua, saberemos de verdade o que desejamos.

Especular sobre aquilo que não se conhece na realidade efetiva da vida, é sempra tão mais fácil.

02
Mar21

Mudar de país não significa apenas mudar de casa, mas também de cultura.


Ana Paula Marques

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Sempre que vejo as imagens que a comunicação social passa sobre refugiados que abandonam os seus países, se lançam sem destino por terra ou por mar pelo mundo fora, apenas não querem continuar na miséria e tristeza em que vivem, questiono-me interiormente sobre o desespero que aquela gente tem nos seus corações.

Mas também nestas situações existem casos de sucesso, em que estas pessoas conseguem alcançar um destino, que não sendo muitas vezes de sonho reúne pelo menos aquelas que são as condições mínimas a que um qualquer ser humano se deve sujeitar, há limites abaixo dos quais ninguém deveria ser condenado a viver.

Quando a vitória se alcança e um destino melhor é possível, começam tudo de novo, coração cheio de esperança e uma alma nova que lhes dá a força suficiente para abraçar o mundo de novas oportunidades que tanto desejam, desta vez talvez seja possível alcançar.

Mas esta mudança a que muitos se veem obrigados resulta também ela numa nova série de hábitos que mais do que de âmbito pessoal são nomeadamente culturais, e também acontece com os emigrantes que não estando em situação de tal desespero, também eles são empurrados a sair do país.

E porque a mudança de país não é apenas uma mudança física, territorial, ela carrega consigo muito mais do que isso. Se por um lado quando vêm para um novo pais, cada pessoa traz consigo os pertences mínimos que conseguiu reunir antes de partir, por outro lado carrega na sua alma uma cultura e um modo de vida que é muito próprio do seu país e das suas gentes, é mesmo uma questão de cultura, quase de sangue.

Estas mudanças implicam sempre um necessário arrumar, ou guardar em qualquer canto da alma o que faziam nos seus países, os hábitos e costumes que habitualmente tinham, alguns persistem naturalmente porque muitos traços culturais que temos são intrínsecos à nossa forma de ser e estar na vida.

Há hábitos, gostos e gestos que não conseguiremos mudar nunca, nascemos com eles, foram-nos passados pelos nossos avós, vividos em família e fazem mesmo parte de nós.

Percebemos muito estes detalhes nos emigrantes, que noutros países tendem a criar pequenas comunidades onde se possam juntar com aqueles que partilham um mesmo amor, o seu país natal.

Esta mudança de país que se opera é toda ela repleta de dificuldades, não apenas as que estão associadas à questão física da mudança propriamente dita, mas sobretudo as dificuldades da alma, aquelas que são tão mais difíceis de ultrapassar.

São por vezes hábitos que tem de ser vividos em isolamento, porque os outros em nossa volta não iriam entender, formas de estar que tem que ser adaptadas e tantas vezes completamente alteradas, para que verdadeiramente estas pessoas se consigam realmente sentir integradas na que é agora a sua nova realidade e no fundo a vida nova que escolheram.

Com dor? Naturalmente acredito que sim, esta mudança carrega sempre este sentimento de pesar, da dificuldade em deixar o que naturalmente era nosso para abraçar uma nova vida, que pode nunca vir a ser a nossa, ou pelo menos, não aquela que um dia sonhamos ter.

16
Fev21

A poesia da vida!


Ana Paula Marques

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Por muito que se viva, nunca viveremos o tempo suficiente para amar e para fazer tudo aquilo a que um dia, no percurso da vida nos propusemos.

O tempo será sempre demasiado curto, e o que temos para criar e fazer demasiado complexo, para ser assim vivido simplesmente.

Queremos sempre mais, ambicionamos sempre mais além, ainda que seja amor, paz ou harmonia no universo e na nossa vida. Haveremos sempre de desejar mais!

Seremos sempre inconsequentemente, insatisfeitos por natureza.

A poesia dos dias bonitos reside ainda no nosso coração, enquanto jovens, e permanecerá na lembrança daqueles que nos são ou nos foram queridos para sempre, mas, há sempre um mas… infelizmente tudo tem um fim.

E todos os capítulos tem um ponto final, e um fim de história do que foi a vida e o que dela quisemos fazer, ou não.

A juventude e a sua irreverência não nos permitem aproveitar verdadeiramente os momentos intensos por que passamos, a vida adulta tem demasiadas preocupações, ocupações e aborrecimentos, ocupando-nos grande parte do percurso.

A verdade é que nos preocupamos demasiado com o passado e nos perdemos nos anseios pelo futuro, e entretanto, esquecemo-nos de fazer o mais importante, viver!

Naturalmente há sempre os momentos de reflexão, de choque ou até mesmo de crise existencial, em que colocamos tudo em causa, e perguntamos, porquê?

Quantas vezes digo, de mim para mim, que a relevância de tudo está na forma como avaliamos as situações, e na perspetiva sobre a qual a avaliação é feita? Afinal quando se fecha uma janela abre-se uma porta, ou vice versa, a ordem pode ser arbitrária desde que tenhamos a noção que importa ter, que é a de que teremos sempre uma alternativa. E às vezes muito melhor do que a que tínhamos anteriormente.

E quantas vezes, este novo cenário nos oferece outras perspetivas e vivências, que nunca imaginámos ser possível conhecer?

Agradeço todos os dias pelos infortúnios que me foram acontecendo ao longo da vida, e pelos momentos menos bons que ficaram para trás, serviram apenas para me ajudar a perceber, que o mal só existe porque existe o bem.

Aprendi a valorizar com outra intensidade o que agora me acontece, num pleno agradecimento ao que de bom me sucede todos os dias, e que apenas existe porque as dificuldades do caminho assim o proporcionaram!

Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia.

A nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." (Mahatma Gandhi)

 

 

31
Jan21

Na mochila que carrego... guardo apenas o que é essencial!


Ana Paula Marques

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Hoje quero e não consigo, há dias assim.

Gostava de escrever bonito sobre o que me vai cá dentro, mas os dedos teimam em não obedecer ao que lhes peço. Parecem ter vontade própria e redigem no teclado o que muito bem entendam e não o que sinto.

O cérebro não consegue comandar a vontade própria das mãos, que preguiçosamente insistem em não deitar ao mundo as emoções e sentimentos que por aqui habitam, e querem sair para se mostrar, não por serem melhores ou piores do que quaisquer outros, mas apenas porque querem sair, e eu permito.

A escrita descreve em regra o que pensamos ou sentimos em relação a um qualquer acontecimento, situação ou mesmo pessoa, e é tão bonito ler o que está escrito e entender o coração de quem o redigiu.

Quero que saia apenas o que de bom e bonito cá está dentro, porque as tristezas, agruras ou coisas menos boas, só existem se lhes dermos dimensão, e eu não lhes quero dar valor, quero alimentar e fortalecer tudo o que de melhor existe mim, nada mais do que isso.

Quero guardar na mochila que carrego, apenas o que é essencial, e como dizia o Principezinho o que é essencial é invisível aos olhos e por isso quero muito que a minha mochila siga quase vazia, e digo quase, porque é inevitável ter algumas dificuldades que sempre nos perseguem e nos dificultam a caminhada que fazemos, são as pedras que pesam na nossa mochila.

Se percebermos a afinidade entre o peso dos problemas que suportamos todos os dias nos ombros, e o de uma mochila que se coloca às costas quando realizamos uma caminhada, percebemos mais facilmente que a caminhada será tão mais difícil quanto maior for o peso da nossa mochila.

Ou seja, é da nossa responsabilidade escolher o que guardamos na mochila, e o peso do que lá se coloca. Falamos sempre de opções e de escolhas.

No entanto nenhuma pessoa está sozinha, será sempre ela e as suas circunstâncias, aquelas que moldam e dificultam ou facilitam as escolhas, ninguém é completamente livre nem pode considerar-se super, teremos sempre as nossas fraquezas, dúvidas e medos.

E não tem qualquer mal, afinal não somos perfeitos, e ter essa noção da nossa imperfeição e fragilidade pode ser um motor de maior força, para nos guiar no caminho, sabendo que é a errar que se aprende, mas que não deveremos persistir nos erros, porque nesta circunstância, se errar é humano, persistir no erro não é.

Mas acredita que da próxima vez será diferente, fica o registo e anotamos que a tranquilidade na reação é sempre uma boa aliada que permite pensar melhor antes de agir.

Importante mesmo, é não persistir no que sabemos que não correu bem. Cabeça erguida e olhar em frente, seguir sem receios, com medos e dúvidas, mas com a certeza de que o caminho se faz de todas estas etapas, missões, aprendizagens, erros e vitórias.

“A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro.”

John Lennon

18
Jan21

Aos iluminados que defendem que afinal COVID não é nada de grave


Ana Paula Marques

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Hoje falo dos iluminados deste mundo, que continuam estupidamente a espalhar a ideia de que afinal, nada se passa, e todos temos o direito à indignação, o que é isso do confinanamento? A que propósito? Que disparate...

A esses que dizem que o COVID não é nada mais do que uma simples gripe, não veem eles as mesmas notícias que nós, não estão eles no mesmo mundo, ou preferem estupidamente apregoar uma realidade que não existe e que não faz sentido nenhum?

Afinal o que têm a dizer ao número de mortos e de novos casos que continua assustadoramente a crescer? O que dizem sobre isso as mentes iluminadas que se sentem minadas na sua privacidade por não poderem fazer refeições fora, ou jantares de amigos, e em sinal de protesto o fazem e se consideram no altissimo direito de o fazer! Uauu que poderosos, na ignorância e na falta vergonha.

Tamanha inconsciência e imensa ignorância que infelizmente parece apontar quase para uma inconsciencia social, que se acha no direito de ter opinião sobre um tema que vergonhosamente desconhece.

O meu desejo? Que um breve laívo de consciência e alguma inteligência vos suspenda tamanha estupidez, e de preferência também as vossas manifestações da mesma.

Porque não há boa vontade política, nem capacidade de resistência médica e de apoio a quem está na linha da frente, quando a ignorância de quem nada sabe, mas muito se considera, continua a matar os inconcientes que não tem a capacidade de se defender e que permitem que os iluminados da ignorância continuem a dizer o que está certo ou errado, e o que se pode ou não fazer.

Afinal os números falam por si, e estamos infelizmente no primeiro lugar, alguém transmite por favor essa informação a quem continua a afirmar que deviamos estar todos a fazer a nossa vida normal, porque isto não é nada de grave!

Tristeza pela sociedade pseudo informada que temos, mas que não se sabe defender dos brilhantes iluminados que proliferam entre nós.

27
Dez20

A chuva que nos envolve… no inverno na nossa existência!


Ana Paula Marques

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A solidão de alguns momentos do nosso dia carrega consigo a presença das ausências que nos assaltam o pensamento e assolam o espírito sempre que estamos tristes.

E existem momentos em que nada parece certo, e em que todos parecem estar errados. A apologia da perfeição em que a nossa vida nos obriga a permanecer oprime-nos muitas vezes impedindo-nos de ser aqueles verdadeiros seres inspiradores que trazem luz ao mundo e vida às pessoas.

Nada pior do que a consciência da precariedade que todos os dias nos invade a consciência, e que nos diz que nada do que temos é para sempre, ou é verdadeiramente nosso. Tudo passa e tudo se desfaz, e por vezes tudo se perde.

Se olharmos para trás quantas imagens se dissipam, quantos pensamentos subsistiram para trás, quantas pessoas nos acompanharam e já cá não estão?

A chuva que nos envolve no inverno da nossa existência traz ao cimo da nossa vida apenas as lembranças tristes, empurra-nos ainda mais para baixo e leva-nos a não perceber o porquê de as coisas más acontecerem na vida das pessoas, sejam as doenças, seja qualquer tipo de perda ou desilusão.

Pergunto-me: ”Cada bocadinho de nós que se desfaz quando perdemos algo ou alguém voltará algum dia a refazer-se? “Não acredito. E hoje não é o dia de acreditar, hoje é dia de amargurar nos pensamentos que nos revoltam, nas injustiças da vida, nas incompreensões que as pessoas nos oferecem, nas ausências que nos transtornam porque de algum modo, ou de alguma forma nos afastam daqueles que mais amamos.

Hoje é dia de angústia e de nostalgia, porque não compreendemos o porquê e nem sempre percebermos as razões do que nos acontece na vida. Afinal se soubéssemos o que nos iria acontecer no futuro, seriamos eventualmente mais felizes?

Não sei, provavelmente não, porque esse conhecimento tirava-nos a magia das descobertas e das conquistas que também preenchem as nossas vidas.

Nada acontece por acaso, e por isso hoje eu sou grata a todas as surpresas e conquistas com que tenho sido brindada na minha existência neste planeta.

Somos muitos entre tantos, mas gosto de pensar que de algum modo tenho feito a diferença na vida daqueles com quem me fui cruzando no caminho.

Durante a nossa vida:

Conhecemos pessoas que vêm e que ficam,

Outras que vêm e passam.

Existem aquelas que,

Vêm, ficam e depois de algum tempo se vão.

Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar...” (Charles Chaplin)

11
Ago20

Férias... momentos de relaxe.


Ana Paula Marques

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O deambular do passeio pela areia da praia, à beira mar, sentindo o borbulhar das ondas que rebentam a escassos centímetros dos meus pés, transporta-me para um longínquo momento de nostalgia em que a vida ainda se projetava sem um fim à vista e repleta de muitos planos.

No entanto e num escasso e arrepiado momento, a vida galopou fortemente sem que eu tivesse percebido. E dou por mim a pensar que de repente uma imensa vida aconteceu, e os dias sucederam-se uns após outros transformando a juventude em idade adulta, e o sonho em responsabilidade, mas também em realidade.

No entanto, teimo em continuar a sorrir, porque como li algures, os dias só valerão a pena se nos permitirem sorrir, e dou por mim neste tempo de férias a pensar, como será a minha vida daqui a dez anos…

Com toda a certeza com mais paladar, com mais sabedoria e muitas experiências que me ajudam a crescer e a querer continuar a fazer a diferença na vida de quem se cruza comigo nos percursos desta existência.

E continuo a gostar de sorrir para a vida, para os que refilam com o trânsito e até para os mal-educados que teimam em estar eternamente de mal com a vida, sempre descontentes e com imenso que dizer de tudo e de todos que os rodeiam, nada está bem e os outros nunca os compreendem.

O mar e apenas alguns dias de descanso ajudam-me a libertar a alma, a respirar fundo e a recomeçar tudo de novo como se fosse a primeira vez, inocente e inconsequentemente.

Sempre que estamos de férias ficamos mais descontraídos e os dias correm suaves ao ritmo da brisa do mar que embala as ondas, onde entregamos o nosso cansaço de um ano de trabalho e nos revigoramos para o próximo que se aproxima. Na esperança de que seja melhor do que o que agora deixamos para trás.

Os miúdos brincam, os crescidos estão mais descontraídos e tudo desliza no tempo com uma doçura que apenas as férias permitem, enfim são dias de relaxe e de muita brincadeira, leituras, jogos e muita conversa.

O período de férias é também um momento de partilha entre familiares ou mesmo entre amigos. São momentos à volta da mesa numa amena refeição de férias, onde a comida se tempera com uma doce conversa de tempos passados, que todos viveram e de que guardam grandes recordações.

Li algures que quem vive bem a vida é duplamente abençoado, porque a vive por duas vezes, no momento presente e mais tarde, quando já bem velhinho recorda as suas vivências passadas.

Eu tenho por vezes memórias de episódios vividos no passado, que de tão longínquos que se encontram do que agora vivo, me parecem ter acontecido numa outra vida, tão longe que estão deste tempo em que agora me encontro.

Afinal e como diria Buda:

Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com os nossos pensamentos. Com os nossos pensamentos fazemos o nosso mundo.

 

BOAS FÉRIAS!!!

05
Ago20

Em busca da luz... não a nossa, mas a dos outros!


Ana Paula Marques

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Nos momentos em que me perco de mim, encontro no olhar de cada pessoa que se cruza comigo na rua, a esperança na humanidade e no dia de amanhã, que nos pode trazer a sabedoria necessária para aprendermos a ser pessoas verdadeiramente melhores, e não apenas uma versão melhorada de nós mesmos.

É na generosidade dos outros que encontro o alento para seguir, e maior força para continuar a perseguir o sonho de fazer acontecer, no sorriso de quem acredita que afinal ainda podemos sonhar, e que o sonho ainda tem o mesmo valor que tinha quando éramos apenas crianças e que considerávamos ser capazes de virar o mundo como muito bem entendêssemos, bastaria para tal, que o quiséssemos fazer!

Oh, tempo distante esse em que o sonho ainda comandava a vida, e um sorriso bastava para que se percebesse que estávamos a dizer a verdade, ou nem por isso.

Este é um tempo que não sendo tão afastado como nos pode parecer, permite já a sensação de uma distância quase galática, que nos mostra estas imagens em jeito de miragem longínqua, quase perdida no infinito de uma memória muito atrasada e quase perdida.

A vida é mesmo algo de tão efémero e tão precioso que devíamos tomar melhor conta dela, valorizar cada centésimo de segundo para melhor apreciar os minutos de verdadeira e intensa felicidade que se vive junto de quem se ama. Afinal como diria Charlie Chaplin:

“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito curta, para ser insignificante”.

Absolutamente de acordo, a vida é demasiado curta para que a deixemos passar por nós sem fazer acontecer, e para isso precisamos de estar despertos e sobretudo de acreditar em nós e nos outros, temos que ser nós a mudança que gostaríamos de ver no mundo, se começarmos, rapidamente percebemos que esta postura pode ter um efeito contagiante.

A nossa postura, o nosso sorriso e a nossa retidão deverão ser as nossas defesas, no ataque deveremos sempre ter por perto a generosidade, a resiliência e a vontade de fazer melhor, ser mais sem menosprezar ninguém, crescer sem prejudicar o outro, e viver por mim sem preocupação de ser mais ou menos do que ninguém.

A luz do outro nunca me poderá ofuscar, porque cada um dos outros tem a sua luz muito própria e intensa, que se permitirá brilhar, assim nós consigamos deixar que ela se ilumine, cresça  e resplandeça para que todos a possamos apreciar, deixando-nos deleitar com a luz de cada um dos seres com quem partilhamos as nossas vidas, em casa, no trabalho, com os amigos.

Alguém me dizia um dia, que o povo holandês tem uma filosofia de vida muito interessante que é: vive e deixa viver, e assim serás feliz. Ou seja, cada um no seu espaço e vida, em partilha, mas sem apertos nem atropelos, há de tudo para todos assim queiramos. Somos nós quem destrói ou mata, pelo que também deveremos ser nós a construir e a viver, promovendo também a feliz vivência dos outros.

Acredito que no dia em que todos consigamos perceber que não somos felizes com a desgraça dos outros, nem que precisamos de ter mais do que os outros para sermos mais felizes, nesse dia, se porventura a raça humana conseguir esse feito, então poderemos ser todos como os holandeses, vivendo felizes e permitindo que os outros também o façam.

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